Pingos de água salpicam o lago. Estava sereno. Agora o meu rosto desvanece-se e perde a nitidez nos circulos que se formam e o deformam.
Uma mão cremosa e macia aperta fortemente o meu coração e dele se despede, sem se comover com clara angustia que me esbranquiçara a íris. Deita-se e acena num triste adeus que envolve os meus olhos.
O lago sorri-me enquanto a minha boca prova uma transparência doce mas perturbante. Sinto um bafejo gelado nos meus cabelos que esfria as minhas orelhas e repete que vai embora. Deixa-se desfalecer na água com um sorriso dissimulado. Numa ação subdita lanço-me também mas não consigo tocar em nada.
A água calma dança no meu corpo num movimento angustiante. O meu rosto cobre-se de sonolência e sinto-me débil. A minha voz já não ecoa na àgua. A mão acena uma última vez antes de desaparecer no penhasco, e os seus lábios brotam uma expiração longa, um pedido de perdão.
Gostei bastante :)
ResponderEliminarr: obrigada anjo e sim, é aquilo que eu sinto. enches-me o coração.
ResponderEliminarescreves de uma maneira soberba e as tuas palavras entram no meu coração como folhas que voam no outono. nunca me desiludes e eu adoro ler-te.
Obrigada pelo teu comentário.
ResponderEliminarTambém gostei do teu texto.
Beijinhos ;)